A culinária árabe é motivo de orgulho para a cultura milenar dos países do Oriente Médio. Desde os primórdios da civilização, a comida árabe apresenta forte personalidade, a qual reflete ainda hoje na culinária mundial os seus ingredientes, técnicas e sabores.

A esfirra, o quibe e o pão sírio são apenas alguns dos exemplos dessa cozinha rica e maravilhosa. Mergulhe na história da comida árabe e conheça mais sobre o povo e a influência da cultura árabe no Brasil!

 

A origem da culinária árabe

Os primeiros alimentos que formaram a base alimentar da cultura árabe foram trigo, cevada, tâmaras, carne, arroz e alguns produtos derivados do leite. Com as migrações pelo Oriente Médio os ingredientes ganharam maior diversificação, principalmente com o povoamento das áreas próximas aos rios Tigre e Eufrates, o que facilitou a prática da pesca, agricultura e domesticação de animais.¹

A maior parte desses ingredientes eram preparados cozidos em água, misturados em gordura e assados na brasa ou vapor, ou conservados em salmoura — com sal e azeite. A variedade e a fartura das refeições enriqueciam o ritual à mesa que até hoje representam um gesto generoso de hospitalidade.²

A migração da culinária árabe para o Brasil

Há um bom tempo a culinária árabe tem marcado sua contribuição para o desenvolvimento da identidade nacional brasileira. A esfiha, o quibe e a coalhada se tornaram alimentos populares ao paladar brasileiro, difundidos inclusive pelo surgimento de restaurantes típicos e redes de fast-food espalhados por todo o país.

Data-se por muitos pesquisadores que a imigração árabe no Brasil teve início no século XIX, e a partir do século XX o número de imigrantes árabes cresceu rapidamente, concentrando-se principalmente nos grandes centros urbanos.¹ A tradição comercial desse povo somou uma forte característica à identidade brasileira, além da participação política e literária. Entretanto, certamente a principal herança que cruzou os mares junto ao povo árabe na chegada ao Brasil foi a culinária.²

Desde então, a cozinha árabe teve grande participação no desenvolvimento da cultura brasileira e até hoje vem conquistando o paladar brasileiro e mais espaço em nossas mesas.³

Pratos Típicos

Certamente você já comeu quibe ou esfirra. Mas você já comeu húmus? Pelo menos já ouviu falar em tabule? Talvez o babaganuche? Estes são apenas alguns dos exemplos das comidas típicas da cozinha árabe. Se ainda não conhece nenhum desses citados, reunimos a seguir os principais e mais conhecidos pratos da culinária árabe. Confira!

Falafel: Salgadinhos fritos de grão-de-bico e temperados como cebolinha, coentro e condimentos. Ele surgiu no Egito e seu nome vem da palavra “flayfel” que significa pimenta em árabe. É um prato consumido em qualquer restaurante árabe do mundo.

Beirute: Sanduíche sírio-libanês feito com pão sírio que foi criado no Brasil pelos imigrantes libaneses. O beirute costuma ter ovo, queijo, presunto, alface, rosbife e tomate, porém pode ter outros ingredientes.

Kibe: Bolinho característico do Oriente Médio feito com trigo para kibe, carne moída e temperos. O nome surgiu por meio da palavra Kubbeh que significa bola e ele pode ser consumido frito, assado ou cru. O kibe faz muito sucesso no Brasil e em diversos países árabes como Líbano, Turquia, Chipre, Síria, etc.

Esfirra: Pequena torta que pode ser consumida com a massa aberta ou fechada. Elas são recheadas de carne moída, espinafre, queijo, etc. Chegou ao Brasil através dos imigrantes árabes e podem ser encontradas em qualquer restaurante ou lanchonete árabe.

Hummus: Pasta de grão-de-bico e tahine. Ela pode ser temperada com alho, limão, azeite e outros temperos.

Kafta: Bolas de carne de cordeiro ou vaca temperadas anteriormente com cebola, cominho, sal e pimenta. Elas costumam ser enroladas, colocadas no espeto e assadas.

Charuto de Repolho: Prato muito consumido pelos imigrantes árabes no Brasil e consiste em folhas de repolho recheadas com um determinado tipo de carne.

Tabule: Salada libanesa feita com o trigo para quibe, ervas, cebola, tomate, condimentos, etc.

Kebab: Carnes no espeto assadas no forno ou brasa. Os espetos podem ter vegetais e são muito consumidos em diversos países do mundo.

Bureka: É uma rosquinha de origem turca feita com massa folhada assada e pode ter diversos recheios. Também é bastante consumida pelos judeus e em algumas regiões da Europa

Knafeh: Massa que lembra um macarrão fino. Ela é muito usada para produzir sobremesas.

Baklava: Sobremesa em formato de triângulo feita com massa de phylo (massa fina comum na Turquia e em outros países) e recheada com frutas secas, calda e mel.

Falooda: Bebida refrescante feita com uma massa semelhante ao macarrão, leite, sorvete, açúcar, etc.

Pakora: Aperitivo frito servido na Índia e feito com massa de farinha de grão de bico.

Zalabia: Doce frito e mergulhado no mel.

Samosa: Massa triangular recheada de grãos, carnes, vegetais e verduras.

Chaat: Biscoito salgado consumido como tira gosto/aperitivo e vendido principalmente na Índia.

Ataif: Sobremesa sofisticada que costuma ser servida em eventos e casamentos no Oriente Médio. É uma massa recheada que recebe uma cobertura feita com água, limão, açúcar e flor de laranjeira. Também pode-se colocar mel por cima.

Halva: Doce árabe com sementes torradas de gergelim/pistache, açúcar derretido, baunilha e mel.

A culinária árabe é rica em alimentos saborosos que ganharam o paladar do mundo e agrega muito à cultura brasileira.

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REFERÊNCIAS

  1. OSMAN, S. A. Imigração árabe no Brasil: histórias de vida de libaneses muçulmanos e cristãos. São Paulo: Xamã, 2011.
  1. HHADJAB, Patrícia Dario El-moor. Alimentação, memória e identidades árabes no Brasil. 2014. xv, 230 f., il. Tese (Doutorado em Sociologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
  1. FERNANDES, M. C. As aventuras do gosto: o restaurante Al Manzul de Cuiaba como expressão da culinária árabe. 2010. Dissertação (Mestrado em História). Curitiba, Universidade Federal do Paraná, 2010.